Movimento Salvai Almas - 03/11/2014 - O CÉU FALA - Usque quandum... Usque quandum...
03/11/2014
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O CÉU FALA
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Usque quandum... Usque quandum...
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A pedido da Marilene, saímos às 8,30 horas para Blumenau, para visitar o túmulo da “Dinda”, como era conhecida a Palmira, mãe da Norma, que teve bastante importância na Missão Salvai Almas, desde o início de nossa história. Fomos em cinco; Norma, Marilene, Artur – 8 anos – filhinho da Marilene, Rita – 13 anos – filhinha do Vilson e Eu.
Aproveitando a viagem, passamos por Brusque, no Cemitério Santa Teresinha, onde estão os túmulos de meus pais, irmãos e tantos parentes. Chegamos quando a Santa Missa já estava no seu quase final – no Pai Nosso - e por isso não tivemos a graça de comungar.
Rezamos no túmulo conjugado onde estão: meu pai Antônio, minha mãe Emília, meu irmão Ivo e sua esposa Hilária.
Rezamos ali, o Terço do Amor, e cada um de nós “puxou” uma dezena.
Durante a oração, minha mãe se apresentou:
- Tu não visitaste mais o túmulo do “nono”. E Ele gostava tanto de vocês! E ele reza tanto por todos vocês!
O “Nono” se fazia ali presente e sorria.
- É faz tempo que visitei o seu túmulo...
- Mas ele não está brabo. Ele sabe que te lembras sempre dele, e, sabe, Cláudio, (ao escutar o meu nome pronunciado por minha mãe, pus-me a chorar, quão doce foi a sua pronúncia) Ela continuou:
- Sabe, Cláudio, as pessoas que estão no Céu, nem precisam de orações e nem de serem lembradas, mas elas ficam tão felizes quando seus familiares visitam suas “relíquias” nos túmulos, e sentem-se mais felizes ainda quando as pessoas lhes pedem ajuda ou intercessão, quando as pessoas confiam em seu poder de intercessão. Elas amam ajudar.
- Eu prometo: vou visitar sempre o Nono, mãe!
Ela me olhou. Eles me olharam: seus olhos eram o próprio sorriso; seus corpos eram sorrisos; seus corações saltavam em sorrisos, de sons maviosos, encantadores, extasiantes, celestiais!
Ao terminar as orações, que coincidiram com o término da Santa Missa, tive a iniciativa de visitar o Nono, mas uma chuva começou a cair, e tivemos de nos abrigar e seguir adiante a viagem.
Nono é o pai de minha mãe: chamava-se Joaquim e foi o único avô que eu conheci. De fato, o outro avô e as duas avós já haviam falecido antes de eu nascer.
Em Gaspar, no Cemitério Municipal, rezamos no túmulo do Ari, irmão da Norma, que neste momento estava triste por não ter encontrado flores para oferecer no túmulo do irmão que tanto amara.
Mas, o Ari, sorrindo disse:
- Diz para a Maninha que eu não estou triste por isto, pelo contrário, estou muito feliz por poder estar aqui, rezando com ela!
Quando a Rita “puxou” uma dezena, a Andréia, sua mãe falecida há quatro anos, sentou-se ao seu lado e rezou junto, bem “coladinha” a ela. Rita deve tê-la sentido, pois deixou escorrer de seus olhos, algumas lágrimas e depois disse ter sentido “arrepios.”
O “toque” do Céu é assim: suave, e deixa marcas profundas de amor, de paz, de felicidade, impregnadas na alma da gente.
Quando saíamos, Norma lembrou-se novamente das flores e, correndo, foi plantar algumas violetas no quadradinho de terra sobre o túmulo do irmão: e este então, chorou!
Dirigimo-nos então a Blumenau, e, em frente ao Cemitério Progresso, haviam pessoas vendendo flores e Norma comprou um ramalhete para cada um de nós, para que pudéssemos oferecer no túmulo da Dinda.
Neste túmulo está Palmira, mãe da Norma, seu esposo o Nelson, padrasto de Norma e o Arno, irmão de Norma.
Enquanto rezávamos, o Artur e a Rita, “construíram”, sobre o túmulo, três corações, com pedrinhas de mármore, que encontraram no caminho.
Eu indagava sobre a nossa Missão, Salvai Almas, pois a Palmira havia sido peça importante no início desta caminhada, (Hilda) e eu então queria saber de sua opinião: de como ela vê agora a Missão.
- Vocês não podem parar. Já não falta tanto tempo.
- Vocês, os Santos, nos ajudam?
- Os Santos intercedem e não podem interferir na decisão e na história de cada um, ou ajudar, fisicamente falando, pois isso é Missão dos Anjos, que podem ajudar também no campo físico, podem expulsar os inimigos, e proteger contra os ataques ou perigos...
- Os Santos não?
- Os Santos são intercessores, e diuturnamente clamam a Deus por seus familiares, pelas pessoas que a eles recorrem e pelo mundo todo. E se não fosse pela intercessão dos Santos, o mundo já estaria completamente arruinado.
- E vocês rezam pelo Salvai Almas, e por mim?
- Você tem segredos...
-Sim! São dezesseis...
-São vinte e um!
Parei por uns instantes e lembrei-me de que, além dos dezesseis segredos sobre o mundo, eu tenho mais cinco sobre outros assuntos.
- Vinte e um – eu falei. “ Usque quandum, usque quandum...”
- Isto é com Deus! O tempo é de Deus!
As respostas deste diálogo eram dadas mais pelo Arno, e algumas por Palmira, enquanto o Nelson estava mais calado, mas sorria o sorriso do Céu!
Norma convidou-nos a cantar a música preferida do Arno: Maria, minha Mãe Maria. Sempre que cantávamos esta música, o Arno, quando vivo, vinha correndo para perto de nós para escutá-la.
E agora, cantamos.E eles cantaram junto! O Ari também chegou e pôs-se a cantar em tom barítono, embelezando com ares do Céu, ainda mais a melodia já tão bonita.
Minhas pernas já não queriam me segurar. Meu corpo tremia todo, e, lágrimas, lágrimas, lágrimas...
Esgotavam-se as lágrimas. O coração queria parar!
Eu parei de cantar...
E o Céu cantou no meu lugar! Amém!
Dia 02 de Novembro de 2014
Finados
Cláudio Heckert